top of page

Saiba Mais

Com histórico de retornos iniciando no terceiro quadrimestre de 2015, dois índices foram lançados pelo COPPEAD com o apoio do jornal Valor Econômico. O Índice Valor-COPPEAD Performance (código BRIAIP20_COPPEAD) é o resultado de uma carteira teórica de vinte ativos igualmente ponderada na data de rebalanceamento. O Índice Valor-COPPEAD Mínima Variância (código BRIAMV_COPPEAD) reflete uma carteira teórica calculada a cada rebalanceamento com o objetivo de representar um portfólio com variância mínima na fronteira eficiente restrita de Markowitz. A restrição se dá porque posições vendidas, assim como em tradicionais índices de mercado, não são permitidas. 

Dois pontos nortearam a construção dos índices. Em primeiro lugar que suas ações fossem consistentes e, consequentemente, seu desempenho comparável com os principais índices de mercado, tal como o IBOVESPA e os índices da família IBrX. O segundo ponto foi que os dois índices representassem carteiras com um número relativamente baixo de ações se comparados aos índices tradicionais citados acima (historicamente, o IBrX 50 é o que possui o menor número de ações, ou seja, 50). Tais características geram carteiras de mais fácil acesso a investidores médios e (principalmente) pequenos, com custos de manutenção mais baixos, e ainda assim um desempenho satisfatório, o que deixaria um caminho aberto para a criação de ETFs baseados nessas carteiras.

 

Para facilitar a comparação e simplificar o entendimento, tais índices serão rebalanceados quadrimestralmente, junto com o rebalanceamento do IBOVESPA e da família IBrX, de forma que a vigência de suas carteiras seja também de quatro meses. Além disso, tratam-se de índices do tipo retorno total, ou seja, todo e qualquer direito ou caixa auferido pelo detentor de ação constituinte do índice deve ser considerado no cálculo do retorno diário do mesmo. Dessa forma, devem ser incorporados ao valor do índice os dividendos, juros sobre capital próprio, direitos de subscrição e quaisquer outros eventos ou direitos. Os procedimentos para tal são os mesmos adotados pela B3 na composição de seus índices.

 

O universo de ativos para os índices Valor-COPPEAD é constituído pelos 100 papeis constantes da carteira do índice IBrX-100, calculado e divulgado pela B3. No caso do índice Valor-COPPEAD Performance, tais 100 ativos são ordenados em ordem decrescente a partir de seus índices Sharpe ajustados de Israelsen (2005) no quadrimestre anterior e os vinte primeiros papeis entram na constituição do índice, todos com igual ponderação, ou seja, cinco por cento no início do período quadrimestral. O número de 20 constituintes foi escolhido com base em testes preliminares realizados ao longo da pesquisa para implementação dos índices, que culminou nesse artigo e se mostrou o ponto ótimo diante do trade-off entre carteiras mais diversificadas e carteiras mais simples com menores custos de rebalanceamento. A escolha do IS está baseada, especialmente, nos resultados de Carneiro e Leal (2015), sendo o ajuste de Israelsen (2005) necessário para ordenar de forma adequada as ações nos quadrimestres de queda de preços. Para melhorar a diversificação da carteira (sem aumentar o custo de rebalanceamento), somente uma espécie de ação será selecionada por emissor. Caso uma mesma empresa tenha mais de uma espécie de ação entre as vinte melhores somente aquela melhor classificada será considerada, descartando-se as demais.

 

No caso do Índice Valor-COPPEAD Mínima Variância, a ideia é construir uma carteira diversificada, composta exclusivamente por posições compradas, com o objetivo de minimizar a variância esperada da carteira, tomando como base os retornos diários do quadrimestre anterior. Baseado, particularmente, na evidência de Thomé Neto et al. (2011), é possível se chegar a uma carteira de mínima variância razoavelmente eficiente mais acessível ao investidor sem sofisticação, ou seja, com um número menor de constituintes, impondo restrições mínima e máxima aos pesos dos ativos na carteira. O peso mínimo se explica porque essa prática retira da carteira ativos com baixa participação, reduzindo, assim, os custos de rebalanceamento. O peso máximo se justifica por se buscar carteiras minimamente diversificadas, pois com a ausência de posições vendidas, pesos muito altos podem levar, de forma ineficiente, a um número demasiadamente baixo de constituintes. Como consequência disso, baseado nos testes preliminares já mencionados, limitou-se as participações dos ativos neste índice de mínima variância para no mínimo 1% e no máximo 30%. E assim, ao contrário do Índice Valor-COPPEAD Performance, o Índice Valor-COPPEAD Mínima Variância não possui número fixo de constituintes quando rebalanceado. Contudo, verificou-se, nos testes preliminares, que os limites impostos garantiriam uma carteira com poucos constituintes se comparados com os índices tradicionais de mercado. Por exemplo, a carteira teórica deste índice no último quadrimestre de 2015 teve 16 constituintes.

bottom of page